sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

III Semana Cultural, observações de uma orientadora de Estágio Internacional, na África do Sul

                                                                         Profa. Denise Cristina de Oliveira[1]

III Semana Cultural - Homenagem a Nelson Mandela
(Profa. Denise Cristina de Oliveira, orientadora do Estágio
Internacional da Faifa, fotografada "em um simples apertar de

mãos de Nelson Mandela")
Ao passar pela África do Sul em 2012, me deparei com uma estatueta do sorridente  Mandela e não resisti em  fotografar  um simples aperto de mão, pois é impossível passar por este país sem refletir sobre a pessoa  deste grande ativista, considerado um dos maiores estadistas do século XX. Nelson Rolihlahla  Mandela é também conhecido como “Madiba” pelo seu acalorado povo.

Ao passar pela África do Sul em 2012, me deparei com uma estatueta do sorridente  Mandela e não resisti em  fotografar  um simples aperto de mão, pois é impossível passar por este país sem refletir sobre a pessoa  deste grande ativista, considerado um dos maiores estadistas do século XX. Nelson Rolihlahla  Mandela é também conhecido como “Madiba” pelo seu acalorado povo.

Nesse período de sua vida, o jovem Mandela teve oportunidade de ter uma ampla formação educacional influenciada pelos valores de sua própria cultura e da cultura europeia. Após passar pelas melhores instituições de ensino da época, o bem educado rapaz chegou à Universidade de Fort Hare.

No ambiente universitário, Mandela teve oportunidade de tomar conhecimento da luta contra o apartheid promovida pelo Congresso Nacional Africano (CNA). Em sua luta contra o apartheid resultou na elaboração da Carta da Liberdade, importante documento de luta onde a população negra oficializava sua indignação. Em 1956, as autoridades prenderam Nelson Mandela e decidiram condená-lo à morte pelo crime de traição.

As condições em que o regime do apartheid mantinha seus presos políticos na ilha rodeada de um mar traiçoeiro e cheio tubarões, em frente à Cidade do Cabo, eram atrozes. Uma cela tão minúscula que parecia um nicho ou o covil de uma fera, uma esteira de palha, uma sopa de milho três vezes ao dia, mudez obrigatória, visitas de meia hora de duração a cada seis meses, e o direito de receber e escrever somente duas cartas ao ano, nas quais jamais deveriam ser mencionados temas políticos nem da atualidade. Em vez de suicidar-se ou enlouquecer, como muitos companheiros de prisão, Mandela meditou, reviu suas próprios ideais, fez uma autocrítica radical de suas convicções e atingiu aquela serenidade e sabedoria que a partir de então guiariam todas as suas iniciativas políticas.

O líder sul-africano Nelson Mandela foi, e se tornou um ícone internacional na defesa das causas humanitárias. Suas bases, cristã e educacional, foram basilares para forjar o caráter de um dos mais importantes sujeitos políticos atuantes contra o processo de discriminação instaurado pelo apartheid, na África do Sul.




[1] Denise Cristina de Oliveira é graduada em Letras pela Universidade Federal de Goiás UFG (2007), especialista em Docência no Ensino Superior pela Faculdade Alfredo Nasser (UNIFAN) (2008) e mestranda em Educação pela PUC-GO (2012); atua como professora de Língua Portuguesa e Metodologia da Pesquisa Científica é Coordenadora de Estágio, professora tutora (EAD) e autora da disciplina Educação Cristã no curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade Faifa. E-mail: profa.denise@faifa.com.br.

sábado, 7 de dezembro de 2013

III Semana Cultural, entendendo o conceito de consciência negra



CONSCIÊNCIA NEGRA

José Roberto Alves Loiola[1]

A palavra consciência nos remete à nossa dimensão cognitiva e/ou a um processo interior de auto-conhecimento. Tem a ver, portanto, com a construção da  identidade e subjetividade de um indivíduo ou de um povo. 

É fato que o construto da noção de subjetividade no Ocidente se utilizou de uma ‘argamassa’ conhecidamente ‘branca’. Tanto Platão quanto Aristóteles, progenitores da epistemologia ou teoria do conhecimento geral no Ocidente, concebiam o ser humano a partir de um ideal de subjetividade significativamente discriminatório. Ao sustentarem um modelo de sociedade piramidal, reforçaram as diferenças étnicas a partir de uma hierarquização das qualidades entre os seres, servindo posteriormente, de base para a legitimação das desigualdades sociais.

A ideia de uma etnia/raça superior, como único padrão de beleza e inteligência, foi sendo introjetada  nas consciências dos povos de tal maneira, que a diversidade cultural e étnica passou a ser uma ameaça. Nem mesmo entre os pensadores iluministas (séc.XVI) temos registro de um paradigma diferente desse.

E nesses tempos em que queremos uma ‘igualdade racial prá valer’, urge pensarmos principalmente como cristãos, já que não estamos isentos de estereótipos como o mal concebido pela cor ‘preta’; o bem, ligado a apenas à cor ‘branca’; a noção do belo e de limpeza como sendo branco; e o feio e o sujo apenas como preto etc. Certamente, os valores do Evangelho trazem os elementos fundamentais para uma nova consciência



[1] José Roberto Alves Loiola, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), é graduado e pós-graduado em Teologia pela mesma IES e especialista em Educação para a Diversidade e Cidadania pela Universidade Federal de Goiás (UFG); é membro do Conselho de Defesa dos Direitos Negros (CDDN) da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPIR) do Distrito Federal, desenvolve pesquisa na área de Relações Étnico-Raciais, Teologia, Gênero e Direitos Humanos; é autor do livro Autor do livro “Protestantismo, Escravidão e os Negros no Brasil: metodismo de imigração e afro-brasileiros” e atua como professor titular na Faculdade Evangélica de Brasília. E-mail: revloiola@hotmail.com.