"Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade" (Pacto de Lausanne, § 10).
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
III Semana Cultural, observações de uma orientadora de Estágio Internacional, na África do Sul
Profa.
Denise Cristina de Oliveira[1]
III Semana Cultural - Homenagem a Nelson Mandela (Profa. Denise Cristina de Oliveira, orientadora do Estágio Internacional da Faifa, fotografada "em um simples apertar de mãos de Nelson Mandela") |
Ao
passar pela África do Sul em 2012, me deparei com uma estatueta do
sorridente Mandela e não resisti em fotografar
um simples aperto de mão, pois é impossível passar por este país sem
refletir sobre a pessoa deste grande
ativista, considerado um dos maiores estadistas do século XX. Nelson
Rolihlahla Mandela é também conhecido
como “Madiba” pelo seu acalorado povo.
Ao
passar pela África do Sul em 2012, me deparei com uma estatueta do
sorridente Mandela e não resisti em fotografar
um simples aperto de mão, pois é impossível passar por este país sem
refletir sobre a pessoa deste grande
ativista, considerado um dos maiores estadistas do século XX. Nelson
Rolihlahla Mandela é também conhecido
como “Madiba” pelo seu acalorado povo.
Nesse
período de sua vida, o jovem Mandela teve oportunidade de ter uma ampla
formação educacional influenciada pelos valores de sua própria cultura e da
cultura europeia. Após passar pelas melhores instituições de ensino da época, o
bem educado rapaz chegou à Universidade de Fort Hare.
No
ambiente universitário, Mandela teve oportunidade de tomar conhecimento da luta
contra o apartheid promovida pelo Congresso Nacional Africano (CNA). Em sua
luta contra o apartheid resultou na elaboração da Carta da Liberdade,
importante documento de luta onde a população negra oficializava sua
indignação. Em 1956, as autoridades prenderam Nelson Mandela e decidiram
condená-lo à morte pelo crime de traição.
As
condições em que o regime do apartheid mantinha seus presos políticos na ilha
rodeada de um mar traiçoeiro e cheio tubarões, em frente à Cidade do Cabo, eram
atrozes. Uma cela tão minúscula que parecia um nicho ou o covil de uma fera,
uma esteira de palha, uma sopa de milho três vezes ao dia, mudez obrigatória,
visitas de meia hora de duração a cada seis meses, e o direito de receber e
escrever somente duas cartas ao ano, nas quais jamais deveriam ser mencionados
temas políticos nem da atualidade. Em vez de suicidar-se ou enlouquecer, como
muitos companheiros de prisão, Mandela meditou, reviu suas próprios ideais, fez
uma autocrítica radical de suas convicções e atingiu aquela serenidade e
sabedoria que a partir de então guiariam todas as suas iniciativas políticas.
O líder sul-africano Nelson Mandela foi, e se tornou um ícone internacional na defesa das causas humanitárias. Suas bases, cristã e educacional, foram basilares para forjar o caráter de um dos mais importantes sujeitos políticos atuantes contra o processo de discriminação instaurado pelo apartheid, na África do Sul.
O líder sul-africano Nelson Mandela foi, e se tornou um ícone internacional na defesa das causas humanitárias. Suas bases, cristã e educacional, foram basilares para forjar o caráter de um dos mais importantes sujeitos políticos atuantes contra o processo de discriminação instaurado pelo apartheid, na África do Sul.
[1] Denise Cristina de Oliveira é graduada em
Letras pela Universidade Federal de Goiás UFG (2007), especialista em Docência
no Ensino Superior pela Faculdade Alfredo Nasser (UNIFAN) (2008) e mestranda em
Educação pela PUC-GO (2012); atua como professora de Língua Portuguesa e Metodologia
da Pesquisa Científica é Coordenadora de Estágio, professora tutora (EAD) e
autora da disciplina Educação Cristã no curso de Bacharelado em Teologia, da
Faculdade Faifa. E-mail: profa.denise@faifa.com.br.
sábado, 7 de dezembro de 2013
III Semana Cultural, entendendo o conceito de consciência negra
CONSCIÊNCIA NEGRA
José
Roberto Alves Loiola[1]
A
palavra consciência nos remete à
nossa dimensão cognitiva e/ou a um processo interior de auto-conhecimento. Tem a
ver, portanto, com a construção da
identidade e subjetividade de um indivíduo ou de um povo.
É fato que o construto da noção de subjetividade no Ocidente se utilizou de uma
‘argamassa’ conhecidamente ‘branca’. Tanto Platão quanto Aristóteles,
progenitores da epistemologia ou teoria do conhecimento geral no Ocidente,
concebiam o ser humano a partir de um ideal de subjetividade significativamente
discriminatório. Ao sustentarem um modelo de sociedade piramidal, reforçaram as
diferenças étnicas a partir de uma hierarquização das qualidades entre os
seres, servindo posteriormente, de base para a legitimação das desigualdades
sociais.
A ideia
de uma etnia/raça superior, como único padrão de beleza e inteligência, foi
sendo introjetada nas consciências dos
povos de tal maneira, que a diversidade cultural e étnica passou a ser uma
ameaça. Nem mesmo entre os pensadores iluministas (séc.XVI) temos registro de
um paradigma diferente desse.
E
nesses tempos em que queremos uma ‘igualdade racial prá valer’, urge pensarmos
principalmente como cristãos, já que não estamos isentos de estereótipos como o
mal concebido pela cor ‘preta’; o bem, ligado a apenas à cor ‘branca’; a noção
do belo e de limpeza como sendo branco; e o feio e o sujo apenas como preto etc.
Certamente, os valores do Evangelho trazem os elementos fundamentais para uma
nova consciência.
[1] José Roberto Alves Loiola, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), é graduado e pós-graduado em Teologia pela mesma IES e especialista em Educação para a Diversidade e Cidadania pela Universidade Federal de Goiás (UFG); é membro do Conselho de Defesa dos Direitos Negros (CDDN) da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPIR) do Distrito Federal, desenvolve pesquisa na área de Relações Étnico-Raciais, Teologia, Gênero e Direitos Humanos; é autor do livro Autor do livro “Protestantismo, Escravidão e os Negros no Brasil: metodismo de imigração e afro-brasileiros” e atua como professor titular na Faculdade Evangélica de Brasília. E-mail: revloiola@hotmail.com.
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